O anticristo
Falaremos sobre o anticristo. Muitos perguntam se ele já apareceu, se já está entre nós. Neste
capítulo, veremos que ele surgirá.
Durante anos muito se especulou quem seria, um homem ou um espírito. O cinema criou vários
filmes com esse tema, aumentando a polêmica. Vimos falar dele pela primeira vez em Daniel, e foi
tratado como uma pequena ponta ou chifre, dependendo da versão bíblica (Daniel 7:8). Vemos a
correlação perfeita de Daniel com Apocalipse 13:5. Já em Daniel 9:27, ele aparece como assolador,
sendo citado por Jesus em Mateus 24:15.
Antes de começarmos a falar em Apocalipse, vamos ver o que o apóstolo Paulo escreveu sobre
ele utilizando a denominação de o homem do pecado, o filho da perdição (2 Tessalonicenses 2:3-12).
Nos versículos 7 e 8, ele fala que algo o detém, ou seja, ele não pode se manifestar.
Quem ou o que o detém?
A resposta é, o Espírito Santo que está aqui e habita em nós, a Igreja de Cristo, pois somos o
templo do Espírito Santo. Portanto, ele em pessoa só surgirá após o arrebatamento da igreja.
Também é interessante observar que Paulo mostra que o ministério da injustiça já opera. Assim
como em 1 João 2:18,22 e 4:3 vemos que o espírito do anticristo já está no mundo, mas que espírito é
esse? Jesus afirmou, “o mundo jaz no maligno”, esse espírito citado por João e Paulo nada mais é que
a operação do diabo, que se aproveita da rejeição do homem às verdades de Deus e, com isso, colhem
o fruto de sua rebeldia. Pois não creram nas verdades de Deus e tiveram prazer em suas iniquidades,
que vai muito além dos prazeres carnais, pois muitos homens são soberbos e vaidosos, gostam de se
gloriarem de seus feitos pecaminosos. Veja o exemplo de Lameque (Gênesis 4:23-24), um homem
iníquo, orgulhoso e blasfemo, com seu discurso, zombou da Palavra de Deus. Da mesma forma, muitos
homens ainda agem assim.
Agora no Apocalipse conheceremos quem realmente ele é e para que virá. Com isso
esclareceremos todas as dúvidas que nos intrigam.
A narrativa se inicia com a visão de uma besta que surgiu do mar. Mar em profecia é símbolo
de povos, multidões, nações e línguas, como nos é revelado em Apocalipse 17:15. Isso significa que a
primeira besta se levantará de um território densamente povoado, uma metrópole.
No versículo 1, podemos ver que a besta possui chifres e diademas igual ao dragão. Daí
vemos sua procedência satânica, pois o dragão, como já vimos, representa o diabo. Diademas
significam autoridade com poder e soberania. O capítulo 17 explicita o futuro reino do anticristo.
No versículo 2, vemos a importância do estudo de Daniel. Aqui em Apocalipse o anticristo é
representado como uma besta, assim como os antigos Impérios mundiais, podemos observar que o
anticristo é comparado a um leopardo, a besta que representava o Império Grego, animal que
simbolizava rapidez. Também como urso, no Império Persa era sinônimo de força, e boca como leão,
igual ao Império Babilônico, simbolizando a soberba.
Como vimos em Daniel com a revelação do sonho de Nabucodonosor, os dez dedos de barro
daria origem ao reino do anticristo, da mesma forma no sonho de Daniel ele representava uma besta,
com dez chifres, sendo esses o reino do anticristo, mostrando aqui a natureza vil, e animalesca do
governo do anticristo.
“E deu o dragão o seu poder”, Satanás foi expulso do céu por querer ser igual a Deus, e ainda
não mudou o seu caráter, vemos aqui que ele tenta imitar a Deus. Querendo o dragão ser o Deus Pai,
a besta, Jesus, e o falso profeta, o Espírito Santo. Que dias terríveis sem o Espírito Santo e com um
homem possesso pelo próprio diabo! Atualmente vemos pessoas sendo possessas por espíritos
malignos, como vimos no capitulo 12, trazendo malefícios, imagine alguém possesso por Satanás.
Coisas terríveis aguardam os moradores da terra!
“E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra
se maravilhou após a besta” (Apocalipse 13:3).
Como já observamos, a terra estará literalmente entregue ao diabo. Se hoje com o Espírito Santo
que habita na terra, vemos alguns sinais e operações diabólicas de algumas pessoas que os evocam,
imagine na Grande Tribulação. Como Paulo escreveu, “já habita na terra a operação do erro, tendo um
que ainda retém”.
Coisas sobrenaturais ocorrerão, e aqui vemos que o diabo fará algo tremendo no governo do
anticristo. Toda a terra irá se maravilhar, será realizado um ritual satânico que nunca foi visto na terra.
E o resultado dará maior credibilidade à besta ao ponto de dizerem que ele é indestrutível. Imagine só,
alguém com um poder político, e ainda tendo como seu segurança o próprio diabo, que deu o poder a
ele, ou seja quase imortal. Nesse pequeno período de tempo, três anos e meio, o anticristo será assim.
Mas que ferida mortal será essa em umas de suas cabeças?
Existem duas linhas de interpretações. A primeira explica literalmente os versículos 3,12 e 13,
afirmando que essa ferida de morte, que ocasionou a sua chaga mortal, foi feita no anticristo através de
um atentado contra sua vida. E essa suposta cura, como diz o versículo 14, foi uma artimanha do
diabo, pois ele engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse na
presença da besta. Como o apóstolo Paulo profetiza em 2 Tessalonicenses 2:90: "Ora, o aparecimento
do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios da mentira". Ou seja,
se hoje já vemos muitas manipulações nas informações e muitas curas atribuídas aos poderes das
trevas, imagine naqueles dias com o próprio diabo reinando absoluto.
A segunda interpretação tem cunho político e se baseia no capitulo 17, no qual o anjo revela o
mistério sobre a besta, dizendo que as cabeças significam sete montes em que a besta está sentada,
que também são sete reinos. E que essa ferida seria feita em uma das cabeças da besta e a sua cura
se tratam da resolução de algum problema político, ainda não visto pela humanidade e que, de maneira
sobrenatural, ela resolverá.
Seja o que for, com essa operação milagrosa de cura da besta, o poder e a fama do anticristo
ganharão notoriedade em toda a terra e todos o reverenciarão. Com os meios de comunicações atuais,
as notícias são instantâneas, não só por áudio, mas principalmente por vídeos para propagarem
qualquer notícia.
O versículo 5 descreve uma boca que falava grandiosamente, ou seja, um político nato, que tem
poder de persuasão, só que seu discurso será de blasfêmia a Deus e tudo aquilo que é santo. Ele
poderá proferir diversas mentiras, injúrias, calúnias ao Senhor livremente durante o período que lhe foi
concedido de três anos e meio. Ele perseguirá violentamente todo aquele que insistir em falar da
Palavra de Deus (2 Tessalonicenses 2:4), tanto gentio quanto judeu, por isso que Jesus falou sobre a
fuga (Mateus 24:15-21).
E como já vimos, o cavalo branco que representa o anticristo (Apocalipse 6:2), vencerá. Naqueles
dias não adianta repreendê-lo em nome de Jesus, que ele não irá obedecer. Não porque o sangue de
Jesus terá perdido o poder, mas, nessa época, não terá a eficácia que tem hoje na Graça. A operação
do Senhor será para a salvação da alma (Apocalipse 7:14), pois o mundo estará sobre o juízo de Deus.
O homem rejeitou a palavra de Deus e irá sofrer as consequências com o domínio do diabo.
Hoje muitas vezes passamos por lutas, momentos difíceis na vida, imaginamos que Deus nos
abandonou e que estamos sendo cirandados pelo diabo. Imagine na época da Grande Tribulação que
a humanidade será entregue a ele. Hoje vivemos na graça, todas as promessas do Senhor são
cumpridas em nossas vidas, e em 1 João 5:18 está escrito, “que aquele que é nascido de Deus o diabo
não toca”. Com o arrebatamento da Igreja, acaba a graça, e começa o juízo de Deus.
Lembramos antes da vinda de Cristo. Na história de Jó, vimos que o diabo teve oportunidade de
atentar sobre seus bens, a vida de seus filhos e sua saúde. Na Grande Tribulação será pior, pois o
homem estará à mercê das forças das trevas (vide o v.10 que se repete em Apocalipse 14:12). Não
haverá como escapar, para obter a salvação será através da morte.
Quando este versículo fala da fé, refere-se a todos aqueles que não adorarão ao anticristo, essa
insubordinação resultará em uma sentença de morte (Apocalipse 13:15). Temos um exemplo descrito
em Daniel 3, quando os amigos de Daniel foram jogados na fornalha de fogo ardente, por se recusarem
a adorar a estátua de Nabucodonosor. No governo do anticristo, aquele que igualmente se negar a
adorar a imagem da besta, o Senhor, na sua infinita misericórdia, dará uma nova oportunidade para
ficarem ou se converterem na Grande Tribulação. Ele receberá esse sacrifício daqueles que, diante da
morte, não amaram a própria vida. Esses terão direto à salvação.
Quando se fala em paciência, faz referência àqueles que irão se esconder e esperar a segunda
vinda de Cristo, que ocorrerá três anos e meio depois.
Versículo 8 fala sobre o Cordeiro de Deus que foi morto desde a fundação do mundo, embora
não seja matéria a ser observada nesta obra, por se tratar de um assunto a ser tratado em períodos
bíblicos. Sabemos que hoje vivemos na Graça e temos acesso a Cristo além do véu, mas nem sempre
foi assim. Antes do nascimento de Jesus, havia todo um rito de preparação para a redenção do
homem. Vimos em Gênesis, com a queda do homem, que Deus teve que matar um animal para vesti-
lo, sendo símbolo do derramamento do sangue de Cristo que nos redimiu.
Seria útil a leitura dos capítulos 8 a 10 de Hebreus, que fala o porquê daquela simbologia do
Velho Testamento, tudo voltado para a obra de Cristo para redenção daqueles que sempre creram na
Palavra de Deus, sendo explicitado muito bem em 1 Pedro 1.18-20.
Capitulo 3 do Livro As Profecias do Apocalipse simplificadas.