A mulher e o dragão
Nesse capítulo também vemos uma interrupção da cronologia do Apocalipse, abrindo um parêntese para mostrar a guerra das trevas contra o plano de Deus, principalmente com o povo escolhido, nesse caso Israel.
A profecia começa com a visão de uma mulher vestida de sol, e a lua debaixo de seus pés, com uma coroa de doze estrelas. Alguns afirmam que a mulher indicada no texto representa a igreja.
Apresentaremos algumas razões do porquê não aderimos a essa afirmação;
Embora as doze estrelas possam significar as doze tribos de Israel, poderia aplicar essa interpretação à Igreja, em referência aos doze apóstolos, só que existem evidências fortíssimas de que se trata de Israel, como veremos agora.
Faremos uma comparação entre o v. 1 e o sonho de José: “Eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim” (Gênesis 37:9-10). O sol nesse sonho representaria Jacó, a lua, a mãe de José, e as estrelas, seus filhos.
O versículo 2 mostra que a mulher estava grávida, com dores de parto e ânsia de dar à luz. Ele se refere ao nascimento de Jesus, esperado como Messias em Israel. Muitos profetas chamados messiânicos profetizaram sobre sua vinda e todo o povo clamava a Deus por sua vinda. Bem retratada esta frase “com ânsia de dar à luz” em Gálatas 4:19 Romanos 8:19, em que Paulo faz essa mesma ilustração sobre a expectativa da espera da concretização do plano de Deus.
O diabo sempre tentou destruir o povo de Israel. Para que Deus não concluísse seu plano maravilhoso, ele fez de tudo para que o Messias não viesse ao mundo. Vimos isso através de vários episódios na antiguidade, como o ocorrido no reinado do Império Persa, no qual Deus usou a rainha Ester para evitar o massacre de seu povo.
“E o dragão parou perante a mulher para que haveria de dar à luz para que, dando à luz, lhe tragasse o filho.” (v.4). Realmente isso ocorreu, ele usou o rei Herodes para perseguir Jesus, culminando no assassinato de vários bebês (Mateus 2:16).
No versículo 5, vemos que literalmente ela da à luz um filho, que regerá as nações com vara de ferro, e o seu filho foi arrebatado para o trono de Deus. Aqui está tratando de Jesus, que nasceu de uma mulher, da linhagem de Abraão e Davi (Mateus 1:1). O Messias prometido e esperado por Israel, povo escolhido para cumprir os propósitos de Deus na antiguidade, por isso, essa mulher não poderia ser a Igreja, pois a Igreja de Cristo surgiu depois do nascimento, morte, ressurreição e ascensão de Jesus (Lucas 24:49,51).
Portanto, a mulher desta profecia é Israel, continuando;
Interessante notar que entre os v. 5 e 6 não há nenhum intervalo de tempo entre a subida de Jesus ao Céu e a fuga da mulher para o deserto. Isso se deve ao fato de que, com a ascensão de Cristo, teve início o intervalo de tempo com o surgimento da igreja, que vimos anteriormente, com a pausa entre a sexagésima nona e septuagésima semana na profecia de Daniel 9. Aqui em Apocalipse 12, com a Igreja já arrebatada no céu, Israel volta ao cenário como povo escolhido por Deus. E a narrativa continua mostrando que a mulher foge para o deserto e se esconde por mil duzentos e sessenta dias. Olha essa data de novo! Refere-se ao período de três anos e meio citados no capítulo 11:3, como também vimos representar como metade da semana ou metade de um tempo, e também quarenta e dois meses, equivalendo aos mesmos mil duzentos e sessenta dias.
Aqui esses dias se referem à última metade da Grande Tribulação, período de maior perseguição ao povo judeu. Jesus também citou esta fuga (Mateus 24:15-22). Pode-se ver nitidamente mais uma vez que a mulher não é a Igreja. A narrativa é clara: refere-se às setenta semanas da profecia de Daniel, e já vimos que na contagem dela não se inclui a Igreja.
Detalhe, os versículos de 11 a 16 relatam o porquê de a mulher fugir para o deserto, como descrito no versículo 6. Isso se deve ao fato de o dragão continuar a perseguição. E o versículo 14 detalha a fuga relatada (v.6).
“E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar” (Apocalipse 12:15). Isso mostra a grande perseguição avassaladora a Israel na Grande Tribulação. “Águas” nos Salmos 18:4 e 93:3-4 simbolizam grandes aflições e perseguições. Como também em Daniel 9:26, que narra que a destruição da cidade santa será como uma grande inundação.
No versículo 16, quando diz que a terra socorreu a mulher, mostra o cuidado de Deus e que ele agirá até de forma sobrenatural para proteger Israel. O capítulo encerra com a menção da guerra do dragão contra os remanescentes da semente da mulher. Com certeza refere-se ao grupo de judeus que vimos na passagem parentética do capitulo 7, os cento e quarenta e quatro mil.
Trecho do Livro As profecias de Apocalipse simplificadas.
Excelente irmão. Obrigado por compartilhar
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